Câmera, fama e anonimato, mas até que ponto?

Programas que vendem fama instantânea promovem a competição e vida com produtos de compra. É assim que 16 anônimos vão a fama em poucas semana.

O Big Brother Brasil, mas conhecido como BBB, um dos realitys show mais famoso do mundo, escolhem 16 participantes onde ficam trancafiados em um casa vendendo sua privacidade aos telespectadores. Esses participantes que tentam entrar no mundo da fama da noite para o dia, permitem que a televisão transformem suas vidas em mercadorias, expondo suas intimidades durante todo o tempo. Nesta edição o número de inscritos chegou a 15 mil só no primeiro dia.

De acordo com o Sociólogo Laurindo Leal Filho, especializado na área de televisão, o modelo do Big Brother em outros países é o mesmo e causa impacto onde quer que seja exibido. Mas porque esse tipo de programa causa tanto impacto? Acredita-se que por está em constante exposição a sexualidade, a competição e individualismo e isto são pontos comum entre todos os seres humanos, aspectos comuns de todas as sociedades.

O BBB já está chegando ao final de sua 11° Edição e a curiosidade sobre a vida alheia continua agradando a muitos telespectadores que ao assistirem entram em conflitos emocionais. Desde os primórdios, a civilização teve a necessidade de ver o que se passava na realidade, por conta disso surgiram peças de teatros, performances artísticas e várias outras atividades culturais.

Para a cientista social goiana Vanildes Gonçalves, as pessoas também têm desejos de saírem do anonimato e se tornarem celebridades e esses desejos acabam sendo projetados em outros indivíduos. Ao contrário de novelas, os personagens do reality show carregam sua própria identidade, sendo um programa aparentemente interativo.

Vanildes acredita que esses programas contribuem muito para o caráter competitivo que o sistema impõem, projetando pessoas, imagens, produtos para venda publicitária, moda e comportamentos. Portanto, a grande audiência do BBB está relacionada a proximidade que as pessoas tem em viver e se ver em um dos participantes.